terça-feira, 22 de setembro de 2015

prosa incômoda e deslocada

É uma tarde quente típica de um não-verão. Dessas tardes deslocadas e incômodas. A cabeça dói um pouco de tanto girar em volta dos mesmos pensamentos. Sentada em frente ao computador, que também está quente de tanto carregar os mesmos dados, tento mais uma vez fingir a dor que deveras sinto.
Tem que ser assim, não é mesmo? Tem que inventar, porque é estúpido falar de si mesmo. É estupido fazer da sua vida enredo. Principalmente quando o narrador-personagem é neurótico e infantil.
Mesmo assim, não quero mais escrever sobre amor inventado, acho brega. Infelizmente, amor é o sentimento mais fácil de fingir.
Ah, o poeta é um fingidor…
Mas não sou poeta, não é mesmo? Sou da prosa simples, baixa, suja. Não tem porque fingir nesse caso, não é? Não tem porque não deixar a realidade pouco glamourosa de lado. Não tem porque não dizer em caixa alta: MAS QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO?!
Não consigo mais encontrar motivos para fingir um ar de too cool for school young writer. Não nessa tarde quente de não-verão em que a cabeça dói com os mesmos pensamentos neuróticos de sempre.

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